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Manifestações massivas do PAME: sem medo e sem ilusões
Milhares de manifestantes, trabalhadores, jovens, desempregados e aposentados inundaram no sábado, dia 5 de outubro, o centro de Atenas, assim como o centro de dezenas de cidades em todo o país, nas concentrações e marchas massivas organizadas pela Frente Militantes de Todos os Trabalhadores (PAME).
Em Atenas, a marcha massiva militante do PAME chegou à praça Sintagma, em frente ao parlamento europeu. Tais manifestações foram organizadas contra a política governamental da ND e do PASOK, sob as reivindicações:
- Assinatura de Acordos Coletivos de Trabalho junto com o Acordo de Trabalho Coletivo Nacional e abolição das leis antitrabalhistas em matéria de acordos.
- Proteção dos desempregados, seguro-desemprego e assistência farmacêutica.
- Abolição das leis contra a seguridade social, abolição dos cortes e retorno do 13° e 14° salários, o retorno dos fundos de pensões roubados pelo Estado e pelos empregadores.
- Readmissão dos demitidos no setor público, fim das demissões no setor privado.
- Fundo para cobrir as necessidades básicas na Educação, na Saúde e no Bem-estar.
- Abolição dos altos impostos, prevenção das execuções hipotecárias e os leilões, em detrimento das famílias populares.
Ao mesmo tempo, as manifestações tomaram um caráter de clara condenação à atividade criminosa da organização fascista do “Amanhecer Dourado”. Os manifestantes fizeram um minuto de silêncio em memória do jovem Pavlos Fissas, assassinado pelo Amanhecer Dourado.
Comentário do Secretário Geral do CC do KKE, Dimitris Koutsoumpas
O Secretário Geral do CC do KKE, Dimitris Koutsoumpas, na manifestação do PAME na praça Omonia, fez o seguinte comentário:
“A única esperança e perspectiva é o reagrupamento rápido do movimento operário e popular, a organização da luta popular, a promoção da aliança popular entre a classe operária, os empregados, os desempregados, os trabalhadores autônomos da cidade, os campesinos pobres, os jovens, as mulheres. É a união de forças com o movimento sindical de classe, com o PAME, com as demais agrupações, a ação comum com o KKE, com a perspectiva do poder popular, na direção da luta contra os monopólios, contra o sistema capitalista podre.
A condição prévia para que o povo realmente tenha o poder é a socialização dos monopólios, a retirada da União Europeia, o cancelamento unilateral da dívida. Certamente, este poder planificará, a nível central, a economia desenvolverá o potencial produtivo do país a favor da classe operária, a favor de nosso povo”.
PAME: Não existe uma gestão do capitalismo favorável ao povo
Giorgos Skiadiotis, membro do Secretariado Executivo do PAME, ao iniciar seu discurso na manifestação do PAME, comentou que o movimento operário e popular, o movimento da juventude tem a força de isolar, de esmagar e erradicar da face da terra a formação fascista do Amanhecer Dourado. Disse categoricamente que: “A formação assassina fascista pode se enfraquecer caso cada trabalhador que sofre se der conta de que o Amanhecer Dourado não tem nada a ver com as preocupações e os problemas do povo. É uma força preparada e treinada para levar a cabo atos violentos, para intimidar, para atuar de modo criminoso. É uma organização racista e mafiosa. Foi criada pelo capital e é ele que a financia e a utiliza. (…)
Precisamente, o Amanhecer Dourado luta em oposição àquilo pelo qual nós e os trabalhadores em geral lutamos. Nós lutamos por salários dignos enquanto eles estão ao lado dos patrões para diminuir os salários. Nós lutamos para que os sindicatos estejam livres da influência patronal e do Estado e eles estão ao seu serviço, como um mecanismo de repressão. Nós lutamos para unir os trabalhadores, independente da cor da pele, da religião, das relações trabalhistas, contra o capital. Já eles, estão semeando o racismo, o ódio racial e religioso. Nós tratamos de modo organizado a resistência à violência patronal e estatal enquanto eles são parte da violência patronal e estatal contra o movimento operário. Nós lutamos para abolir o sistema de exploração e eles são uma das ferramentas assassinas do sistema contra nós, a fim de manter seu poder. (…)
Além disso, estamos aqui nesta concentração massiva proclamada e organizada pelo PAME, por um lado, para romper e responder ao clima de medo e, por outro, acabar com as esperanças e ilusões que o governo e as forças do capital pretendem impor.
Contra o temor de que se as medidas não forem implantadas, será ainda pior. Contra o temor devido ao autoritarismo e à repressão. Contra as esperanças de que estas medidas, supostamente, são as últimas. Contra as esperanças de que através destas medidas teremos desenvolvimento e que fará dias melhores para os trabalhadores. Sem medo e sem ilusões. (…)
Estamos aqui:
· Porque o movimento sindical, o movimento popular, não pode ter outra linha de luta além da unidade contra o capital, as multinacionais, que são a fonte do mal, o tirano comum de todos os setores populares. Sua linha não pode ser a da colaboração de classes. Sua linha não pode ser outra além do repúdio de todos os administradores do capitalismo.
· Porque a vida o confirmou muitas vezes: a gestão do capitalismo não pode ser favorável ao povo.
· Porque não queremos viver com as mentiras, com a utopia de um desenvolvimento mais justo, de uma distribuição supostamente mais justa da riqueza que nós produzimos e que nos é prometida pelo governo e o SYRIZA. Não pode existir uma distribuição equitativa entre os que produzem a riqueza e que lhes pertence e aos ladrões que se apropriam desta.
Propomos a todas as organizações da classe operária, como uma escalada da luta, a proclamação de uma greve geral nacional em 23 de outubro. Porque devemos, de qualquer maneira, impedir a nova barbárie que vem a somar-se à situação anterior, fazendo a nossa vida um verdadeiro inferno. Porque os empregadores e o governo, os aliados estrangeiros dos monstros locais devem sentir o estímulo quente no pescoço quando preparam novos pesadelos para nós. Porque devemos criar as condições prévias para derrotar totalmente estas medidas e as forças que as promovem. Todos os sindicatos compartilham a obrigação de tomar posição a respeito de nossa proposta e posicionar-se afirmativamente. Os trabalhadores devem adotar uma postura estrita frente aos sindicatos e aos sindicalistas que repudiarão esta proposta.
Alguns pretendem, supostamente, com greves de longa duração impedir as medidas e derrotar o governo. Sem a discussão com os trabalhadores, sem a preparação necessária, sem alianças. Em poucos dias levam as mobilizações a degeneração e à desmobilização e à maior consolidação do governo e da coalizão governamental.
Trata-se dos fantoches de ontem que constituem a maioria da Confederação de Trabalhadores no Setor Privado (GSEE) e Público (ADEDY), a ‘Intervenção Autônoma’ e a ANTAESYA, cujo voluntarismo e sua fúria contra o PAME não tem limites.
Nós queremos discutir até a realização da greve, se é possível, com todos os trabalhadores, com todo o povo. Queremos integrar milhares de trabalhadores nos sindicatos e que milhares tomem parte em suas assembleias gerais e decidam. Queremos que aquele dia paralisem as fábricas, com os próprios trabalhadores às portas. Que se inundem as ruas pelos trabalhadores das fábricas e dos escritórios. Que estejam conosco nas ruas milhares de desempregados, mulheres e imigrantes. Que estejam conosco os trabalhadores autônomos que sofrem sem salário, sem renda, os camponeses pobres que têm novos laços envoltos ao redor de seus pescoços.
Se conquistarmos tudo isto, se a greve for um passo para esta direção, então os tiranos locais e estrangeiros perderão seus sonos”.
O representante do PAME destacou que somente então se criarão as condições prévias para que se vá o governo. Não apenas para que se vá o governo, porém, além disso, para que não venha outra com outros argumentos e consignas que continuará a política antipopular.
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Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)